TROMBECTOMIA MECÂNICA NO ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO ISQUÊMICONovembro 2019
Paciente com 5 horas do ictus tromboembólico e oclusão do segmento M1 da artéria cerebral média esquerda. O estudo difusão/perfusão demonstrou uma importante área com potencial de salvamento. Diante dos achados de imagem foi indicado o tratamento de trombectomia mecânica para o acidente vascular cerebral e optado pelo stent solitaire 4 x 40 mm.
Diante da variedade de tamanhos e comprimentos de stents retriever Solitaire, foi realizado um estudo para analisar qual a possível melhor abordagem. A segurança e eficácia da trombectomia mecânica em pacientes com acidente vascular cerebral isquêmico agudo foram demonstradas. No entanto, o impacto do tamanho do stent retriever nos resultados clínicos e angiográficos não está bem estabelecido.
O estudo STRATIS – um estudo prospectivo e multicêntrico de pacientes com oclusão de grandes vasos tratados com o stent retriever Solitaire fez esta análise. Um laboratório central independente, cego aos resultados clínicos, revisou todos os procedimentos e dados angiográficos para classificar o tamanho do stent retriever, a localização específica do coágulo, a recanalização após cada passagem e o número de passagens. O desfecho angiográfico primário foi o efeito de primeira passagem (EPP), determinado por um laboratório central e definido como alcançar revascularização quase completa (trombólise modificada no infarto cerebral ≥2c) após a primeira passagem sem o uso de terapia de resgate. As taxas de EPP modificado também foram avaliadas, definidas como cumprindo todos os critérios para EPP, mas atingindo trombólise modificada no infarto cerebral ≥2b após a primeira passagem. O desfecho clínico primário foi a independência funcional (Escala de Rankin modificada, 0-2) em 3 meses, conforme determinado no local. As comparações de resultados foram feitas entre os grupos de tamanho do stent retriever e ajustadas pelas características da linha de base.
Resultados – Dos 715 pacientes, um stent retriever 4 × 20 foi utilizado em 201 (28%), 4 × 40 em 270 (38%) e 6 × 30 em 244 (34%) pacientes. O grupo 4 × 40 apresentou a maior taxa de FPE (P = 0,003 versus 6 × 30) e FPE modificado (P = 0,038 versus 4 × 20; P = 0,0001 versus 6 × 30). A revascularização final não foi significativamente diferente entre os grupos, e não houve diferenças significativas na dependência funcional ou na mortalidade aos 90 dias após o procedimento. O uso do stent retriever mais longo (4 × 40) foi um preditor independente de alcançar o EPP modificado (P = 0,037 versus 6 × 30; P = 0,037 versus 4 × 20).
Conclusões – O stent retriever mais longo (4 × 40) demonstrou a maior taxa de EPP e EPP modificado em comparação com diâmetros maiores ou mais curtos, o que sugere que seu uso rotineiro pode melhorar o sucesso precoce da revascularização.
Impact of Stent Retriever Size on Clinical and Angiographic Outcomes in the STRATIS Stroke Thrombectomy Registry.
Zaidat OO1, Haussen DC2,3, Hassan AE4, Jadhav AP5, Mehta BP6, Mokin M7, Mueller-Kronast NH8, Froehler MT9.